Olá!
Tenho refletido a respeito de coisas boas que nos são ofertadas pela vida, mas que algumas vezes ficam "esquecidas" em um espaço do coração ou da nossa memória. Parecido com um presente valioso, que guardamos no armário para usarmos em um dia especial, mas que algumas vezes fica aguardando uma ocasião mais apropriada e acaba não sendo aproveitado...
Interessante também como os movimentos da vida nos convidam a visitar as gavetas fechadas e a reencontrar os recursos que temos para enfrentar algumas situações ou desafios. Nada programado, apenas um acontecimento natural que nos chama de volta pra um trabalho ou uso de alguma habilidade.
Importante também lembrar é que estes presentes são, na maioria das vezes, apenas empréstimos, e se não tomarmos cuidado é sujeito perdermos o direito ao uso...
Por outro lado, o uso abusivo e a ostentação de alguma dádiva pode enfraquecer seu poder e eficácia.
Acho que precisamos sempre pensar a respeito do proveito que fazemos das coisas boas que estão disponíveis ao nosso redor e, sem egoísmo ou vaidade, aproveitarmos as oportunidades e fazermos uso consciente do que nos é dado.
Creio que todos nós buscamos nossos talentos naturais e habilidades para a realização e felicidade. Nem sempre é fácil saber qual é nosso caminho e encontrar uma resposta verdadeira requer trabalho intenso e estudo detalhado de nós mesmos.
A maternidade é uma oportunidade muito importante pois desperta muitas habilidades, talentos e principalmente a capacidade de se doar e querer bem. Ela traz a oportunidade de olharmos pra dentro de nós e nos depararmos com as limitações e medos a serem vencidos. Boa chance também de reconhecermos a importância da nossa própria mãe e todas as ancestrais que a precederam gestando, parindo, nutrindo, educando e ralando um bocado pra estarmos aqui e agora...
Não sou muito romântica neste assunto, pois vejo que a realidade da vida é bem mais simples e despojada do que o panorama deste mundo competitivo e consumista, cheio de superficialidades, ilusões, mas acredito que precisamos manter um "encantamento"pela vida e suas manifestações.
Parir simplesmente não é tudo, é um momento de passagem muito forte, mas está intimamente ligado ao antes e depois, como o elo de uma corrente da vida. Talvez, dependendo da experiência e percepção da mulher, esteja equiparado ao próprio nascimento da gente, ou mesmo ao momento de partida. Isso depende também da visão espiritual de cada um. Tenho certeza que ao parir reconhecemos o quanto somos pequenas diante do Poder, e ao mesmo tempo como podemos ser fortes ao experimentar Sua expressão criadora.
Agora encontro meus filhos se aproximando da vida adulta e sinto saudades de quando eram pequeninos e ficavam bem mais próximos de mim... Ainda tenho dúvidas se os eduquei da melhor maneira e confesso que tenho certeza que errei muitas vezes... Mas também sei que coisas boas foram compartilhadas e tenho esperança que as sementes florescerão. Tomara que eu as veja e saiba reconhecer.
Um abraço!
